A região amazônica abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, com enorme potencial para o desenvolvimento de uma bioeconomia sustentável. No entanto, enfrenta desafios significativos relacionados ao subaproveitamento de seus recursos naturais e ao descarte inadequado de resíduos agroindustriais. Exemplo disso é o caroço do açaí, que representa mais de 85% do fruto e é amplamente descartado, e a casca do cupuaçu, que pode chegar a 50% do peso do fruto e também costuma ser descartada, apesar de seu alto teor de fibras e lignina. A casca e a mucilagem do cacau, ricas em compostos bioativos e antioxidantes, também têm potencial ainda pouco explorado.
Diante desse cenário, propõe-se o desenvolvimento de microbiorrefinarias modulares, compactas e adaptadas à realidade amazônica, voltadas para a transformação de resíduos agroindustriais e biomassas subutilizadas em produtos de alto valor agregado. Essas unidades serão instaladas em contêineres adaptados, possibilitando soluções itinerantes, escaláveis e de baixo impacto ambiental, especialmente voltadas para comunidades extrativistas e pequenas agroindústrias.
Conceito de Microbiorrefinaria
Uma microbiorrefinaria é uma unidade de processamento em pequena escala, destinada à conversão de biomassas e resíduos orgânicos em múltiplos produtos de valor agregado, como bioenergia, compostos bioativos, biopolímeros e insumos industriais. Cada módulo da unidade é responsável por uma etapa do processo, como a quebra dos frutos, extração e separação de componentes. O sistema é desenhado para permitir operação local e acessível, com tecnologia modular e de fácil replicação.
Matérias-Primas Regionais
Foram selecionadas biomassas abundantes e frequentemente descartadas na região amazônica, com alto potencial de valorização:
- Cacau (Theobroma cacao) – casca e mucilagem ricas em compostos bioativos.
- Cupuaçu (Theobroma grandiflorum) – casca rica em lignina e fibras.
- Açaí (Euterpe oleracea) – caroço rico em celulose e antioxidantes.
Potenciais Produtos Gerados
Cada tipo de resíduo pode originar diversos bioprodutos com aplicações industriais sustentáveis, incluindo:
- Bioenergia (biogás, bio-óleo, briquetes);
- Biofertilizantes e adubos orgânicos;
- Antioxidantes e compostos bioativos;
- Biopolímeros e ingredientes funcionais.
Diferenciais Inovadores
- Estrutura modular e replicável em diferentes regiões;
- Integração com Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs);
- Adequação à realidade logística, econômica e social da Amazônia.
Benefícios para a Indústria
- Acesso a novos mercados sustentáveis e produtos de base biológica;
- Redução de perdas no processamento agroindustrial;
- Elegibilidade para incentivos fiscais e linhas de financiamento (Lei do Bem e FINEP).
Benefícios para a Região Amazônica
- Geração de renda para agricultores e extrativistas;
- Estímulo à industrialização local com base em recursos renováveis;
- Reaproveitamento de resíduos e redução de impactos ambientais;
- Promoção do uso sustentável da biodiversidade.
Impacto Esperado
O projeto visa estruturar cadeias produtivas mais sustentáveis e rentáveis, promovendo inclusão social, inovação territorial e a transição para uma nova economia baseada em valor socioambiental. A proposta pode ser expandida para outros biomas brasileiros, adaptando-se às características locais.
Convite à Parceria
Estamos em busca de parceiros públicos e privados para validar, escalar e implantar as Microbiorrefinarias Amazônicas em Rondônia.